“A verdade nasce neste mundo apenas com dores e tribulações e cada nova verdade é recebida a contragosto.” — Alfred Russel Wallace.

Supercontinentes… Super O Quê?

 

Antes de 1.8 bilhões de anos, não existiam os supercontinentes; eles estavam sustentados por algo “fraco” sem essa dinâmica de placas tectônicas que conhecemos. Elas ainda precisam passar por um resfriamento final e “endurecer” para sustentar todo esse peso ao mesmo tempo que moviam-se no sistema de alívio às pressões das placas tectônicas (STERN, 2018). Quando isso acontece, é que podemos ter certeza de que já existia o Ciclo de Wilson e a Deriva Continental, responsáveis por manter a terra em constante movimentação e garantindo os fenômenos magmáticos que conhecemos na atualidade.

Existiam também períodos de separação e fragmentação desses mundos que não formavam supercontinentes (ROGERS & SANTOSH; 2003 citado por CARVALHO, 2022). Confuso? Então vamos falar com mais calma de cada um agora.

*Embora haja muita discussão sobre o assunto, é certo que existiram pelo menos 3 momentos em que essas placas tectônicas uniram os continentes, sendo chamados de Supercontinentes: Colúmbia, Rodínia e Pangeia. Formadas por 12 assembleias continentais (pedaços de continente) durante suas histórias.

O Início

Colúmbia foi o desbravador entre os continentes; as primeiras terras “descobertas” aparecem há 1,8 bilhões de anos. Os oceanos já haviam se estabelecido, e as placas tectônicas ali estabelecidas já haviam começado a se movimentar buscando equilíbrio. Acontece muita coisa nesse momento; vulcões espalhados por todo o globo, intercalados com os primeiros eventos glaciais globais, uma atmosfera ganhando oxigênio e condições para uma vida mais complexa. Os mares, no entanto, começaram a sustentar condições de vida; os organismos aproveitaram ao máximo os sedimentos de rochas que chegavam ao mar para produzir seus alimentos e evoluir (CONDIE; 2001 citado por CARVALHO, 2022).

Essa vida em luta contra uma terra que, por vezes, cuspia fogo ou transformava a Terra em uma esfera de gelo quase absoluta, enquanto esses compostos químicos logo se transformavam em bactérias competiam pelo ambiente marinho em busca da existência. O mar era a única esperança para essa frágil vida.

Vida

Como mencionado anteriormente, há evidências de moléculas orgânicas que indicavam vida há 3,8 bilhões de anos. Entre 3,6 e 3,5 bilhões de anos atrás, já apareciam as primeiras capas de lama micrítica (gosma de cálcio no fundo do mar) e posteriormente os estromatólitos, juntamente com tapetes de micróbios no fundo marinho. Houve uma importante diversificação na vida marinha durante esse período, especialmente de metazoários e outros microrganismos que começam a viver em comunidades e descobriram a reprodução sexuada, tornando-se os primeiros visíveis a olho nu (FAIRCHILD et al., 2015).

A vida aos poucos começou a tomar forma em ambientes cada vez mais bizarros e assustadores, como o fundo do mar, fumarolas de enxofre, carbono e outros gases, lagos ácidos e lugares de extremo frio. Tudo isso aconteceu até que começaram a aparecer bactérias com a capacidade de realizar fotossíntese, muitas das quais hoje são capazes de sobreviver a temperaturas superiores a 60°C ou próximas a 0°C. Isso coincidiu com a diversificação de outros microrganismos e o início de uma biodiversidade; as primeiras comunidades biológicas interagindo de fato em recifes de estromatólitos e lama micrítica.

Recife de Estromatólitos em Shark Bay, Austrália.

Sempre tem mais coisa pra estudar pessoal, desses Supercontinentes nem se fala…  E é por isso mesmo que você deve dar uma olhadinha nos outros posts pra saber mais detalhes. Até a próxima!

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